Estoicismo pró-compaixão | Meditações 5.9
Cair é humano, levantar-se é filosófico
Em 2025, eu completo 12 anos pesquisando o estoicismo. Nesse tempo, perdi a conta de quantas pessoas me perguntaram se eu já tinha virado estoica. Acredito que seja uma curiosidade natural.
Minha resposta é sempre a mesma: os princípios estoicos, para mim, são mais um caminho do que uma chegada. Muitos dos estoicos antigos sequer se chamavam de estoicos, considerando o peso que esse termo carregava. Mas uma ideia que aparece no estoicismo romano sempre me atraiu: o progresso.
Os tropeços são muito comuns no caminho de quem tenta aplicar a filosofia à vida, tal como faziam os antigos. E os estoicos sabiam bem disso. Essas falhas não acontecem por falta de clareza intelectual, mas porque somos humanos, sujeitos a impulsos, emoções e hábitos arraigados. Por isso, a filosofia estóica, longe de exigir perfeição, nos convida a exercitar uma constância paciente, uma disposição para recomeçar sempre, com ternura e coragem.
Nesta edição, compartilho um trecho das Meditações que me acompanha há anos, especialmente nos momentos em que sinto que falhei comigo mesma. Marco Aurélio nos oferece aqui uma lição fundamental: mais importante do que nunca cair é sempre saber levantar, acolher-se e seguir adiante com amor pela filosofia e por nós mesmos.
Leitura
Se ainda não estiveres habituado a agir segundo cada um dos retos princípios, não te entristeças, nem desistas, nem te impacientes. Quando caíres, e se estiveres, na maior parte do tempo, de acordo com a natureza humana, põe-te de pé novamente e te alegra. Retorna à filosofia com amor. (Meditações, 5.9)
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